21.10.09

Saudando a saudade

Ontem eu li uma pessoa parafraseando outra, dizendo que "Saudade é o amor que fica" e como toda pessoa que adora matutar sobre essas frasezinhas que viram língua na boca de todo mundo, hoje parei pra pensar nisso.
Eu não acho que saudade é o amor que fica porque eu sinto saudade de tanta coisa que, se for comparar a um amor que ficou com um pedaço em mim, vou estar banalizando demais o amor.
Pra mim, saudade é uma vontade que fica. Assim podemos enquadrar a saudade em posições futuras pra dizer coisas como : " Saudade do que eu ainda não vivi.". É pertinente ter saudade de algo que ainda não se viveu e se trocar a palavra em questão por vontade, não fica tão meloso e fica mais verdade.
Agora sim: Saudade é uma vontade que fica.
Vontade de rever alguem de quem você já gostou muito.
Vontade de ir a um lugar inesquecível.
De conversar com um amigo querido.
De beber aquela determinada vodka em uma determinada festa, ouvindo determinada música.
Hoje eu fiquei com saudades dos tempos em que eu ia pro clube a tarde com minhas amigas. Não fazia um sol de rachar, mas também não estava nublado. Era agradável ficar lá e conversar sobre o que meninas de 14 anos mais sabem conversar: meninos.
Fiquei com vontade de ficar sentada no balancinho do clube e de terminar uma tal conversa com uma amiga que até hoje não teve fim. Na época a gente achava que essa conversa era o mesmo que refletir sobre a vida, hoje eu sei que era apenas saudade do que ainda não tínhamos vivido.
A saudade traduzida em vontade.
A saudade que me bateu hoje é a vontade de voltar no tempo e avisar pra mim mesma que por mais que a gente realize tudo o que queríamos, as vontades sempre mudam e com elas mudam as maneiras de se sentir saudade...
e é só isso.

1.10.09

Pequenos Amores

A questão que vem me atormentando há alguns dias são os pequenos amores que me perseguem.
Amores que duram dias, horas, minutos, um relance.. meses, poucos meses.
São gotas rosas de ternura num coração vermelho de pancadas.
Eu, pessoa que aqui escrevo, prefiro amar mil vezes pequenos amores do que nunca ter amado ou ter amado só uma vez.
Prefiro sentir borboletas no estômago várias vezes ao mês ou quiçá ao dia do que ver um único amor morrer.
Uns chamam isso de paqueras, de ficar afim, eu os denomino como pequenos amores. Coisas que dão combustível pra nossa vida, pra minha pelo menos.
E não pense você que estou falando de estar junto de muitas pessoas, porque pequenos amores são em sua grande maioria platônicos e inofensivos, quase adolescentes, pouco táteis.
Há os que se consumam, claro, mas o grande problema de quem vive de pequenos amores é que assim que consumamos já não os tratamos mais assim, o que já faz deste amor parte de um passado que valerá sempre a pena ter vivido.
Levanto aqui a bandeira dos pequenos amores, de se apaixonar todo o dia. E se você consegue viver pequenos amores com um mesmo grande amor, quem sabe você já não está um passo a minha frente, não é?
Viva os pequenos amores e suas ocorrências e decorrências. Eu indico.